Terça-feira, 27 de Maio de 2008

SOLIDARIEDADE IRAQUE - APELO DE NIDA

 

Comité Internacional para a Solidariedade com os prisioneiros e detidos nas prisões americanas no Iraque
 
APELO DE NIDA  
 
Em Fevereiro de 2003 ouviu-se o clamor de milhões de cidadãos nas ruas das maiores cidades do mundo em rejeitando a Guerra no Iraque. Estes milhões estão conscientes que a paz não pode ser alcançada através da destruição, da guerra e do confronto de civilizações.
 
Os acontecimentos provaram a razão deste posicionamento. Os EUA e os exércitos estrangeiros que os apoiam, ocuparam o Iraque e prometeram ao seu povo a democracia, a liberdade e a prosperidade. Mas o povo iraquiano, após 5 anos de ocupação ainda não têm um lugar na sua terra natal onde estejam a salvo dos soldados americanos, dos mercenários da empresa Blackwater, ou de terroristas e milícias que são um produto da ocupação – concordem ou não com isto.
 
Para além disso, os iraquianos ainda não vêem esperança no futuro se as condições permanecerem como têm estado sob a ocupação. Hoje em dia, mais de 3 milhões de iraquianos transformaram-se em refugiados, na diáspora, com medo de serem assassinados e encarcerados. Aqueles que restaram sofrem as amarguras da ocupação. Alguns deles encontram-se encarcerados nas piores cadeias do mundo.
 
No presente, as forças de ocupação americanas têm retido mais de 150 000 prisioneiros iraquianos dispersos por mais de 28 campos de detenção. Milhares dos quais estão retidos há mais de 5 anos em duras condições violando a Convenção de Genebra referente ao tratamento de prisioneiros de Guerra, muitos deles idosos que sofrem de problemas de saúde ou outras dificuldades que ameaçam a sua vida. Milhares de outros detidos são jovens, mulheres, crianças que foram feitas reféns em vez dos seus maridos e pais. Todos os outros restantes prisioneiros e detidos são continuamente sujeitos às piores formas de tortura, insultos aviltamento da dignidade humana. Todos eles estão privados de todos os meios de comunicação com o mundo exterior, e a maioria está proibida de ter visitas das suas famílias.   
 
 
Porque não responsabilizamos o povo Americano pela Guerra, ocupação e violações dos direitos humanos que são a politica da administração actual dos EUA;
 
Porque nos sentimos responsáveis em primeiro lugar perante a humanidade, e em segundo lugar perante o povo iraquiano, declaramos, antes que seja demasiado tarde, a nossa oposição às práticas ilegais do ocupante que violam a convenção dod Direitos Humanos. Esta nossa posição é uma posição humanitária que é a base da civilização, contra todos os que cometem actos criminosos contra ela, independentemente da sua origem étnica, cultural ou geográfica.
 
Esta nossa posição não é apenas a defesa da liberdade e dos direitos humanos dos iraquianos, mas sim a defesa da humanidade, dos valores da civilização, e do sistema de justice e legislação que deveriam proteger todos, incluindo os iraquianos.
 
Ao declaramos e afirmarmos a nossa solidariedade com aqueles que defendem os seus legítimos direitos nos seus países, e com os prisioneiros e detidos iraquianos, condenamos e verberamos a continuação da sua detenção, e apelamos a todos que iniciem todas as actividades e iniciativas possíveis para exigir a sua libertação.   
 
Acreditamos que a justice está ligada à liberdade. A relva não cresce nos escudos dos tanques americanos de ocupação, como demonstraram os últimos 5 anos. Mas, cresce nos corações daqueles que acreditam no Homem, nos seus direitos e na sua dignidade.
 
Ao exigirmos a libertação dos prisioneiros e detidos iraquianos, reafirmamos a importância de obrigar as forças de ocupação americanas a respeitar a Convenção de Genebra respeitante ao tratamento de prisioneiros, parando de imediato todas as formas de tortura aos detidos e autorizar todas as organizações internacionais de justice e direitos humanos e da Cruz Vermelha a visitar todos os campos de detenção americanos no Iraque para acompanharem a situação dos prisioneiros aí detidos.
 
Abril de 2008
(subcrito pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação)
publicado por cppc às 11:09
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Sexta-feira, 4 de Abril de 2008

DEBATE SOBRE MÉDIO ORIENTE

publicado por cppc às 15:18
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Segunda-feira, 18 de Junho de 2007

Vozes do Iraque

 

Mahmoud Rafid, Iraq, “Devo continuar a trabalhar apesar de ser abusado sexualmente”



Photo: Afif Sarhan/IRIN

Mahmoud Rafid, 13 anos, diz ter medo de continuar a vender mercadorias nas ruas de Bagdade depois de ter sido molestado e abusado sexualmente.



Bagdade – Mahmoud Rafid, 13 anos, diz ter medo de continuar a vender mercadorias nas ruas de Bagdade, depois de ter sido molestado e abusado sexualmente.


Há um ano perdeu o seu pai e a sua mãe tem cancro, por isso Mahmoud, as suas irmãs, de 11 e 14 anos, o seu irmão, de 9 anos, tiveram de encontrar meios de se alimentar. Depois de vender muitos dos seus haveres para conseguir dinheiro, hoje podem ser vistos nos semáforos a vender chocolates, jornais e canetas.


A minha mãe está muito doente e se ela morrer a nossa situação vai piorar. Fomos forçados a abandonar a escola para ajudar a levantar os rendimentos da família, mas a situação é perigosa e às vezes fico com a impressão que um dia posso não regressar a casa.


As minhas irmãs são aquelas que mais sofrem. Existem muitos homens em Bagdade que lhes querem fazer mal. Elas ficam junto a mim quando trabalhamos e eu ando sempre munido de uma navalha para defendê-las no caso de alguém querer abusá-las sexualmente. Eu já sofri isso e não quero que o mesmo aconteça com as minhas irmãs.


Devo continuar a trabalhar para ajudar a minha família apesar de ser abusado ( sexualmente ). Fomos abandonados pelos nossos parentes e o nosso pai não nos deixou dinheiro suficiente.


A minha mãe fica em casa à nossa espera, a chorar, desesperada e com medo que qualquer coisa aconteça na rua connosco. O seu cancro está a desenvolver muito e se ela morrer temos de confiar em nós próprios e, talvez, dormir na rua.


“Tenho saudades do tempo em que andava na escola e se tivesse a oportunidade de regressar não a desperdiçava. Eu era um bom aluno, com bons resultados e muitos amigos. Mas agora até os meus amigos nos deixaram, porque trabalhamos na rua. As suas famílias julgam que não lhes fazemos boa companhia.


Muitas vezes, as pessoas vêm ter connosco para oferecer dinheiro e comida em troca de vendermos drogas, mas nunca aceitamos fazê-lo. O meu irmão tentou a droga duas vezes mas ficou muito doente. Não podemos fazer nada. Graças a Deus, depois da minha mãe ter tomado conta dele, deixou esta coisa má.


Espero que um dia possamos ter de novo uma vida boa e segura. Gostaria de ver o meu irmão outra vez na escola e a comer um bom pedaço de carne. Mas até isto acontecer, vamos continuar a trabalhar, tentando conseguir alguma comida para a minha mãe nos seus últimos dias de vida.”


Retirado de:

IRAQ: Mahmoud Rafid, Iraq, “I have to keep working despite being sexually abused”. RIN. Sunday 17 June 2007. 17 de Junho de 2007 http://www.irinnews.org/Report.aspx?ReportId=72705

publicado por cppc às 11:48
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