HIROSHIMA E NAGASAKI
Para que a humanidade não esqueça!
Há 62 anos que a humanidade foi confrontada com o lançamento das primeiras bombas atómicas, em acto de guerra, sobre as populações civis de Hiroshima e Nagasaki. Duas cidades foram instantaneamente aniquiladas. Essas foram as primeiras armas de destruição maciça alguma vez utilizadas contra populações civis indefesas.
As populações ainda festejavam o final da segunda guerra mundial. Já tinha acabado o inferno da guerra na Europa, na África, no Próximo Oriente.
No Japão, muitos milhões de homens e mulheres acalentavam, certamente, a esperança certa do fim rápido da guerra, que nunca tivera sentido para os povos, ainda menos tinha na sua insensata continuação. O Japão estava isolado, cercado, derrotado.
Mas para as populações das cidades de Hiroshima e Nagasaki o inferno dos infernos iria acontecer: um acto militarmente gratuito iria fazer prevalecer o pesadelo da guerra por gerações.
O lançamento das duas bombas atómicas sobre aquelas cidades mártires relançou uma irracional corrida armamentista. Desde então a humanidade vive sob a ameaça de outras catástrofes nucleares.
O poder do arsenal nuclear agora existente dá para destruir a vida sobre todo o planeta Terra. E todavia continuam a gastar-se somas fabulosas, a consumir-se energias enormes no fabrico e em inovação tecnológica na produção de mais e novos armamentos, incluindo nucleares.
É possível, necessário e urgente inverter este caminho. O futuro da humanidade não deve ser colocada em risco por causa de desvarios imperialistas e hegemónicos, da ganância de domínio de países e seus governantes. O que foi feito em Hiroshima e Nagasaki constituiu um crime hediondo, de consequências ainda vivas, e cuja memória não pode ser branqueada ou esquecida, a bem do futuro de toda a humanidade.
Sob o patrocínio da ONU foram redigidos vário Tratados tendo em vista não só travar o desenvolvimento e a proliferação de armamento nuclear, como também reduzir progressivamente os seus arsenais, até que fosse atingido um mundo livre de tais armas.
Neste contexto, num momento em que pelo contrário as principais potências mundiais levam a cabo uma nova corrida aos armamentos, o CPPC apela aos órgãos de comunicação social, às organizações e instituições democráticas, aos homens e mulheres deste País, para que se empenhem na criação de uma opinião pública que exija o cumprimento e o compromisso do governo Português na defesa dos Tratados internacionais conducentes à não proliferação e à abolição das armas nucleares. Que se empenhem na denúncia dos projectos europeus de aumento da militarização da Europa e que se batam pelo não à sua concretização.
O CPPC ao assinalar a data do lançamento das bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki, crime impune perpetrado contra o povo japonês, fá-lo numa manifestação de vontade e esperança de semelhante catástrofe nunca mais se volte a repetir!
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Alerta do Conselho Português para a Paz e Cooperação sobre a situação nos acampamentos de Refugiados do Sahara Ocidental
Genocídio no Sahara Ocidental com conhecimento das Nações Unidas
O CPPC alerta a comunidade nacional para a gravíssima crise humanitária que vivem presentemente os refugiados saharauis, maioritariamente mulheres e crianças e apela à sua denúncia.
A entrega de 77% do auxílio alimentar dos 158.000 refugiados está em falta, desde Julho, e a levedura necessária à produção de pão falta há quatro meses. Cerca de 66% das mulheres em idade fértil sofrem de anemia grave e dessas, 76% encontram-se grávidas. O mesmo se passa com 68% das crianças com menos de 5 anos, das quais 39% sofrem de subnutrição, segundo as últimas estatísticas da PAM, ACNUR e UNICEF.
A agravar esta situação, refira-se que cerca de 40% dos escassos donativos são retidos pela ACNUR para despesas de gestão.
Esta grave crise humanitária só se resolverá com o desbloqueamento imediato dos entraves ao auxílio humanitário e com um esforço efectivo da comunidade internacional para colmatar a situação dramática em que vive presentemente o povo saharaui. É necessário ter presente que cada dia, cada hora, cada minuto que passa representa maior sofrimento e mais mortes nos campos de refugiados.
Esta situação arrasta-se há mais de 30 anos, devido ao boicote e ao incumprimento por parte do Reino de Marrocos das resoluções das Nações Unidas.
É este impasse causado por Marrocos em conivência com os seus aliados que está na origem desta prolongada crise humanitária vivida por um povo que no seu território que lhe é negado, possui os recursos necessário ao seu bem-estar.
Assim o CPPC manifesta a sua profunda preocupação e apela às autoridades portuguesas para que, no espírito da Constituição da República, manifestem uma posição firma e exijam o cumprimento urgente da resolução 1754 das Nações Unidas que garante o direito à autodeterminação do povo saharaui.
Apela também ao povo português para que não fique alheio a esta situação, manifestando a sua solidariedade com o povo saharaui.
Conselho Português para a Paz e Cooperação
Lisboa, 3 de Agosto de 2007