Lisboa-Dacar2007: Situação humanitária do povo saraui à beira da catástrofe-CPPC
Notícia LUSA
A situação humanitária nos campos de refugiados saarauis está à beira de uma catástrofe porque a ajuda não está a chegar, afirmou hoje Sandra Benfica do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), em Lisboa.
A responsável do CPPC, que falava em Lisboa a propósito da passagem hoje do rali Lisboa - Dacar pelo território ocupado do Saara Ocidental, defendeu que o povo saaraui está votado ao esquecimento e instou a comunidade internacional a respeitar a auto-determinação dos saarauis determinada pela ONU que passa pela realização do referendo.
O representante da Frente Polisário em Portugal, Mohamed Lamin Abdelabe, também considerou que a situação nos campos de refugiados é "muito grave" devido à falta de alimentos base, como o açúcar e a farinha, e defendeu que a comunidade internacional não pressiona suficientemente Marrocos.
Em relação aos territórios ocupados por Marrocos há mais de 30 anos, Mohamed Lamin Abdelabe afirmou que os saarauis que ainda ali residem vivem em clima de "grande repressão".
Quarta-feira, o Crescente Vermelho Saaraui lançou um "apelo urgente" à comunidade internacional para que evite a situação de "fome iminente" que se vive nos campos de refugiados saarauis, perto de Tindouf, no sudoeste da Argélia.
Em comunicado assinado pelo presidente da organização, Bouhobeini Yahia, o Crescente Vermelho Saaraui afirma que "terminaram em Outubro as últimas reservas de alimentos de primeira necessidade destinadas aos refugiados e que, desde então, apenas chegou uma parte reduzida da ajuda, insuficiente para a população dos acampamentos".
Nos campos de Tindouf vivem cerca de 200 mil saarauis.